Descubra as incríveis fotografias de moda editorial de Irving Penn - Editoriais de Moda e Biografia
Melhor definição: classicismo transgressor
Começou o século 21 para a fotografia. Os retratos de pessoas banhadas por sua luz “do norte” num falso canto do estúdio, aprisionadas entre dois planos, suas flores e suas pontas de cigarro evocam e simbolizam as últimas luzes do século 20 se apagando na distância.
Hoje, a atitude e o assunto tendem a ofuscar ou mesmo ocultar aquilo que na segunda metade do século 20 significava tudo em fotografia: o controle total da luz. Refiro-me ao requinte e ao esmero com que as imagens eram construídas a partir de uma luz esculpida e de um fundo (background) presente – e essa foi exatamente a minha escola. Penn sempre me disse mais do que Avedon justamente pelo seu perfeccionismo formal. Talvez por ter sido ele uma cria de diretores de arte, dois gigantes russos imigrantes, Brodovitch e Liberman. O primeiro, um dos pioneiros do design publicitário; o segundo, lendário diretor de arte da Vogue norte-americana, cúmplice das mais memoráveis imagens de Penn.
Tela em branco
Penn, com 25 anos de idade, viajou para o México em 1942 para ser pintor. Desiludido, voltou depois de um ano com as telas raspadas e prontas para serem usadas de fundo para seus primeiros passos na fotografia – que bela metáfora para alguém à procura da sua vocação: a tela em branco. Fotografou mais de 150 capas da revista Vogue – aquele retrato de Picasso, olho devastador aprisionado entre a gola do casaco e o chapéu, está entre as imagens mais poderosas do século 20.
Na sua obra, deu preferência ao preto-e-branco, cuja riqueza de tons e profundidade de pretos só encontrou na exaustiva pesquisa e uso do antigo processo de platina como alternativa para a prata.
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